O meio ambiente está diariamente aparecendo em pautas jornalísticas com um grande alerta para sua degradação. É visível que o desmatamento, queimadas, aumento de lixo, entre outros inúmeros fatores levam a perda constante da massa ambiental, diante desse grito de socorro surgem inúmeras pessoas que se manifestam para tomar alguma atitude.

Nos últimos tempos, ocorreu um aumento significativo de ativistas ambientais, pessoas que criam mobilizações para lutar contra ameaças ao meio ambiente como a preservação das espécies, luta contra o desmatamento, incêndios florestais, defesa dos direitos indígenas, reaproveitamento de resíduos, além de outros assuntos. Daniela Fugiwara, Diretora da OSCIP SIMBiOSE e brigadista voluntária ressalta “entendo que o papel de um ativista ambiental é lutar pelos direitos que todas as espécies têm de conviver harmonicamente, seja qual for o bioma ou território no qual estão inseridas”. Afirma. 

A relação do ser humano com o meio natural tem se transformado, cada vez mais, com o passar do tempo, e isso fez com que muitos aspectos positivos da relação homem e natureza se perdessem. “As dificuldades são várias. Porém, entendo que grande parte delas está ligada à cosmologia na qual se sustentam opiniões que partem do pressuposto de que existe uma natureza ou meio ambiente apartado da espécie humana - diferentemente da cosmologia dos povos originários que se enxergam como parte daquilo que chamamos de natureza, parte integrante dela. Esse olhar da natureza como algo distante de nós justifica inúmeras ações contrárias à conservação em prol do desenvolvimento e do progresso.” Afirma.

Muitos não sabem ou não consideram a importância do papel desse grupo na sociedade, o ativista ambiental aumenta o fator de mudança na população através de ensinamentos sobre o meio ambiente ou determinada região que precisa de atenção e o mais importante, resgata essa relação que antes existia como pertencimento, o homem não é superior a natureza, ele é integrante.
Acuca, ativista ambiental, “O Ativismo requer empatia pra entender as perspectivas opostas, diálogo respeitoso pra compartilhar informações, e persistência pra continuar defendendo as causas com paciência e respeito pelas diferenças.” Salienta a ativista. 

Para desempenhar o papel de ativista é necessário muito empenho e dedicação. “Por envolver questões complexas, o ativista precisa, em primeiro lugar, aprofundar seus conhecimentos para entender os diferentes contextos a partir de uma perspectiva socioambiental e também política. Só assim conseguirá se munir com argumentos adequados para defender suas causas, buscar caminhos para solucionar problemas, articular-se com os atores envolvidos e cobrar os devidos indivíduos/órgãos/instituições.” Afirma Daniela.

Uma das grandes dificuldades encontrada pelos grupos e indivíduos se dá pela falta de apoio de órgãos públicos que são quem detêm o maior poder de transformação na sociedade ou com apoio insuficiente para mudar aquela realidade. Segundo Daniela, “O apoio existe, mas ainda está muito longe de ser o ideal. O poder público me parece dar certo apoio por uma questão de necessidade, por não ter capacidade/pessoal qualificado para realizar trabalhos na área ambiental. E o investimento é muito baixo diante do que precisa ser feito.” Afirma.

Diante da falta de contribuição governamental e baixa participação ativa do movimento ativista por parte da população, muitos problemas crescem consideravelmente sem interrupção e sem a devida atenção necessária. Um exemplo disso é a relação da expansão desenfreada e o impacto causado ao meio ambiente, que não é discutido de forma concisa e transformadora na região. Sendo assim, o problema é nitidamente recorrente, Acuca aborda essa questão “Estamos entrando numa expansão desenfreada. Quem mais sofre são as pessoas que estão às margens da cidade. Com as chuvas, vão vir às enchentes. Eu sempre vou acreditar na educação como solução e no investimento em tecnologia.”

E ainda ressalta a importância da participação dos cidadãos “Acredito que é responsabilidade de todo e qualquer indivíduo proteger as pessoas, a fauna e a flora. A população pode apoiar a causa através de mudança de comportamento e buscar fazer parte de coletivos, conselhos e votando em candidatura que tenha sensibilidade.”